domingo, 13 de março de 2011
Muda o mundo. Mudam as coisas. As pessoas. Mudo eu. Às vezes, muda.
Repostagem de Raiva em Rima.
Eu deveria, então, escrever poesia. Uma poesia, uma só que fosse, para usar todas as rimas possíveis no menor espaço conquistado. Deixar que essa raiva toda fosse, depois de muito bem mastigada, digerida e que resultasse em arte. Eu deveria acender um cigarro atrás do outro conforme minha intensa vontade e fumar madrugada adentro, escrevendo sem parar, poesia. Lembrar de cada frase sua e mudar o final, fazendo rima pós rima, assim sem parar, até que toda essa raiva já nao fosse mais raiva. Mas não sei. Eu não sei fazer isso (ao menos ainda não) e talvez nem conseguisse, porque não sei se o amor, depois de transformado em raiva, pode vir a se tornar rima. E é mágoa. É essa sensação de inocência indesejada que me consome, que faz a minha lembrança dolorida, que me invade e me domina, que te afasta do meu bem-querer bruscamente. Então você mente. E eu faço rima.
Não quero te odiar, por mais que eu considere que tenha motivos para isso. Quero pensar em você e sorrir, quem sabe chegar até a rir, mas por enquanto não há como. Então escrevo. Eu escrevo no intuito de botar para fora o que nem cabe mesmo mais em mim, enquanto você dorme e tem um sono leve, assim calmo, como a leveza e a calmaria de uma vida sem culpa. Hipocrisia - que rima com fantasia, veja só! Foi a tentativa. Não deu, porque a única rima que encontro agora para o amor, é… Raiva.
-Amor, então, também acaba?
-Não, que eu saiba.
-O que sei é que ele se torna matéria-prima
Que a vida se encarrega de transformar em raiva
ou em rima.
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