quarta-feira, 29 de junho de 2011
Madrugada
Ela: Preciso dizer que aqui tem alguém pensando em você!
Ele: Aqui também tem alguém que pensa em você! Você poderia estar aqui.
Ela: Meu coração quase parou...meditando quase no fim. Também gostaria de me refletir em seus olhos, seria tudo hoje.
Ele: Acordar as 4h...sentindo o seu cheiro, bom demais.
Ela: Essa história que não tem fim. Porque fazemos isso?
Ele: Porque não escolhemos quem devemos gostar e se entregar.
Ela: Você não estava com alguém? Cade o respeito que merece?
Ele: Existe uma diferença entre ser/estar. Sou seu e não estou com você. Estava com alguém, mas não era desse alguém.
Ela: Ah Pi, não faz isso comigo! Você me conhece bem, sabe o que representa.
Ele: Desculpe-me.
sexta-feira, 24 de junho de 2011
Talking to the moon
"Eu sei que você está em algum lugar lá fora
Em algum lugar longe
Eu quero você de volta
Eu quero você de volta
Meus vizinhos pensam que
Eu sou louco
Mas eles não entendem
Você é tudo que eu tenho
Você é tudo que eu tenho
À noite, quando as estrelas
Iluminam o meu quarto
Me sinto sozinho
Falando com a lua
Tento chegar até você
Na esperança de que você esteja
No outro lado
Falando comigo também
Ou eu sou um tolo
Que fica sentado sozinho
Conversando com a lua
À noite, quando as estrelas
Iluminam o meu quarto
Me sinto sozinho
Falando com a lua
Tento chegar até você
Na esperança de que você esteja
No outro lado
Falando comigo também
Ou eu sou um tolo
Que fica sentado sozinho
Conversando com a lua
Você já me ouviu chamando?
Porque toda noite
Eu estou falando com a lua
Ainda tentando chegar até você
Eu sei que você está em algum lugar lá fora
Em algum lugar longe..."
Não tem como não ouvir essa música e não lembrar dela.
Escrever é um encontro marcado com a própria alma.
Hoje não quero poesias, quero escrever.
Preciso desabafar para você.
Hoje eu preciso de um monólogo.
Onde ficou a ausência? Ela ainda faz sentido? Ela ainda existe? Ao mesmo tempo que a vida me mostra a cada segundo que passa que nada mais existe além das lembranças doloridas e das risadas sinceras, uma mensagem é capaz de fazer o pensamento girar, as coisas mudarem e um turbilhão de emoções surgir novamente.
Sabe a história do Pequeno Príncipe, hoje o li novamente. Sempre o leio quando me sinto assim, sozinho, isolado em meu próprio mundo, mundo esse que tenho as minhas verdades e meus personagens. Sou sempre o mocinho das histórias, sempre me dou bem no final e venço tudo para ficar com quem quero. Pretensioso?
Voltando à história de Saint-Exupéry, ele tem uma passagem que sempre me marca quando a leio:
"E foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho que se voltou mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? perguntou o principezinho.
Tu és bem bonita.
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o princípe, estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa.
Não me cativaram ainda.
- Ah! Desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- O que quer dizer cativar ?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa.
- Significa criar laços...
- Criar laços?
- E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim
Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás pra mim o único no mundo. E eu serei para ti a única no mundo...
Mas a raposa voltou a sua idéia:
- Minha vida é monótona. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei o barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora como música. "
E a Raposa o pede que a cative. Eu não preciso pedir isso, já tive o privilégio de ser cativado. Cada um de nós é eternamente responsável por aquilo que cativa.
Enfim, acho que escrevi demais. E tenho a completa sensação de que não escrevi metade do que sinto. Fica pra uma outra oportunidade, afinal, ninguém lê o vida!
Até breve.
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