sexta-feira, 24 de junho de 2011

Escrever é um encontro marcado com a própria alma.

Hoje não quero poesias, quero escrever.
Preciso desabafar para você.
Hoje eu preciso de um monólogo.

Onde ficou a ausência? Ela ainda faz sentido? Ela ainda existe? Ao mesmo tempo que a vida me mostra a cada segundo que passa que nada mais existe além das lembranças doloridas e das risadas sinceras, uma mensagem é capaz de fazer o pensamento girar, as coisas mudarem e um turbilhão de emoções surgir novamente.

Sabe a história do Pequeno Príncipe, hoje o li novamente. Sempre o leio quando me sinto assim, sozinho, isolado em meu próprio mundo, mundo esse que tenho as minhas verdades e meus personagens. Sou sempre o mocinho das histórias, sempre me dou bem no final e venço tudo para ficar com quem quero. Pretensioso?
Voltando à história de Saint-Exupéry, ele tem uma passagem que sempre me marca quando a leio:

"E foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho que se voltou mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? perguntou o principezinho.
Tu és bem bonita.
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o princípe, estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa.
Não me cativaram ainda.
- Ah! Desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- O que quer dizer cativar ?

- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa.
- Significa criar laços...
- Criar laços?
  
- E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim
 Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás pra mim o único no mundo. E  eu serei para ti a única no mundo...

Mas a raposa voltou a sua idéia:
 

- Minha vida é monótona. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei o barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora como música. "


E a Raposa o pede que a cative. Eu não preciso pedir isso, já tive o privilégio de ser cativado. Cada um de nós é eternamente responsável por aquilo que cativa. 

Enfim, acho que escrevi demais. E tenho a completa sensação de que não escrevi metade do que sinto. Fica pra uma outra oportunidade, afinal, ninguém lê o vida!

Até breve.

Um comentário:

Gyovana Gabardo disse...

Somos responsaveis por aquilo que cativamos- frase mais do que correta.