Medo
O medo, quando dentro de um quadro em que é possível se lidar com ele, é até benéfico, na medida em que faz parte de nosso instinto de sobrevivência. Para que os nossos medos não fujam de controle, é preciso que eles sejam equilibrados pela razão e pelo bom senso. É preciso usar esses amigos, chamados razão e bom senso, não para fugir de nossos medos, mas sim para com eles acender a luz de nossas emoções e tomar contato com aquilo que tememos. Nesse momento, lembro-me de mamãe, que me ensinou coisas que a escola não ensinou, ou seja, as escolas deram nome e forma àquilo que ela me ensina desde pequeno. E mamãe dizia, sempre, que muitas vezes o medo é maior do que aquilo que temos que fazer. E que quando encaramos e fazemos, o medo parece ridículo! E não é que ela tinha razão? Em outras palavras, ela estava dizendo o que os compêndios de psicologia dizem com outras palavras, ou seja: acenda a luz e encare seu medo, em vez de fugir dele... de repente, aquilo que mais tememos pode não ser tão temível assim! O importante, para não deixar que os medos nos carreguem, é tirar o peso dos ombros, relaxando, confiando na vida e tendo certeza de que coisas boas virão, se esperarmos por elas. Não temos que assumir responsabilidades por ninguém, basta-nos as nossas próprias limitações... cada um pode e deve viver sua vida. Inclusive as pessoas que mais amamos. Saber isto e viver isto já alivia, e muito, o medo em relação aos seres amados. Talvez seja o momento de perguntar: tenho medo do que? De perder prestígio, amores, amigos? Bem, quem gosta realmente de nós não está preocupado com nosso prestígio, ou com o que temos, mas sim com o que somos, e com o que significamos na vida deles. O mundo não vai desabar se soltarmos os problemas, se descansarmos deles, pelo menos daqueles que não são necessariamente nossos.
Vale, também, um momento de reflexão e questionamento: será que estamos fazendo o que realmente gostamos, estamos vivendo a vida que escolhemos, ou nossa vida é apenas aquilo que querem de nós, que escolheram para nós? Se a resposta for a alternativa "b", o medo com certeza está presente. Quando se vive pelos outros, no modelo do que querem de nós, é claro que o medo é maior, até o momento em que uma doença vem e nos faz parar com tudo. Aí, as pessoas que esperam que façamos tudo por elas vão aprender a se virar sozinhas, com certeza. Tomara que não precisemos disso para reagir e perder o medo de fazer o que queremos e ser como gostaríamos!
E para finalizar, gostaria de dizer algo sobre a coragem, que não é apenas aquilo que se faz "por fora", os atos de heroísmo que implicam salvamento de outras pessoas, atos de bravura, que saem nos jornais e são elogiados. A coragem verdadeira começa dentro de nós, no momento em que acendemos a luz da razão sobre nossos medos, e eles deixam de ser tão ameaçadores. A coragem autêntica nos impele à mudança, a uma nova forma de ser, talvez mais solta, com certeza mais feliz...Pense nisso!
Amando você cada dia mais.
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
"O medo está somente em nossas mentes
Nos controlando a todo tempo..."
Necessário mas cruel, é preciso encontrar o ponto de equilíbrio, pois bravura demais também não é tão boa.
Parabéns pelo blog, gostei do jeito que escreve!
:D
Postar um comentário