quinta-feira, 19 de junho de 2008

Esperança.

"Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E
— ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA..."


Mário Quintana
Texto extraído do livro "Nova Antologia Poética"


Melhor um mestre do que os meus textos.

Um comentário:

Anônimo disse...

Lembre-se poeta:
Mario Quintana era um merda, como nós!

O que faz ele "menos pior", é que ele tem consciência disso, enquanto nos achamos o máximo.


Abraços poeta